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mardi 11 février 2020

O Último Porto - Cinemateca Portuguesa - 27.02.2020


O Último Porto - Além das Pontes sera apresentado em ante-estreia na Cinemateca Portuguesa na quinta-feira 27 de Fevereiro às 19h00 numa sessão com a presença do realizador.

O Último Porto - Além das Pontes sera présenté en avant-première à la Cinemateca Portuguesa le jeudi 27 février 2020 à 19H00 lors d'une séance avec la présence du réalisateur.

lundi 10 février 2020

O Último Porto na Cinemateca Portuguesa - 27.02.2020

O Último Porto - Além das Pontes sera apresentado em ante-estreia na Cinemateca Portuguesa na quinta-feira 27 de Fevereiro às 19h00 numa sessão com a presença do realizador.

O Último Porto - Além das Pontes sera présenté en avant-première à la Cinemateca Portuguesa le jeudi 27 février 2020 à 19H00 lors d'une séance avec la présence du réalisateur.

mercredi 2 octobre 2019

O Último Porto no Festival DocLisboa 2019 - 24 e 25.10.2019

O Último Porto - Além das Pontes foi seleccionado para a secção Da Terra à Lua do Festival DocLisboa 2019 que vai decorrer de 17 a 27 de Outubro de 2019 e será apresentado na quinta-feira 24 às 21h45 na sala Manoel de Oliveira do Cinema São Jorge e na sexta-feira 25 às 22h00 no Cinema Ideal.

O Último Porto - Além das Pontes (Le Dernier Port - Au Delà des Ponts) a été sélectionné pour la section Da Terra à Lua du Festival DocLisboa 2019 qui va se dérouler du 17 au 27 octobre 2019 et sera présenté le jeudi 24 à 21h45 dans la salle Manoel de Oliveira du Cinema São Jorge et le vendredi 25 à 22h00 au Cinema Ideal.

dimanche 27 mars 2016

Virgínia Dias - 2

Virgínia Dias nasceu no Alentejo, em 1935. Filha de campones, ela teve que deixar a escola aos 11 anos, no final do ensino básico para ir trabalhar no campo dos proprietários latifundiários e ajudar assim a sua família a criar seus irmãos e irmãs. É na mesma idade que ela começou a compor poemas que guarda em sua memória até agora. Virgínia conta que não podendo aprender com os livros, forma os campos, as nuvens, o vento ... que lhe ensinaram o que aprendeu.

Encontra o poeta e futuro cineasta António Reis pela primeira vez nos anos cinquenta quando o grupo coral onde ela cantou foi no Porto. A seguir, António Reis irá para Peroguarda, a aldeia onde ela viveu e ainda vive, para gravar os cantos alentejanos e os poetas populares, incluindo Joaquim Lenca Antonio pastor analfabetos, que Virgínia considera seu mestre na poesia. António Reis depois aconselhara ao Michel Giacometti, "o corso que salvou a música Português popular" para ir para Peroguarda. Eles se tornam amigos e Giacometti pediu para ser sepultado em Peroguarda.

No entanto, nunca António Reis soube que ela composia poemas e Giacometti só o aprendi muito tarde. Virgínia disse-lhes seus poemas, mas alegando que ela tinha ouvido aqui e ali, ou aprendeu com sua mãe.

Sua poesia se desvia das formas tradicionais da poesia popular alentejana, tanto com os temas que na forma. É também, como ela mesma diz. a memória do tempo que viveu.

Virginia Dias aparece em "Polifonias - Paci è Saluta, Michel Giacometti", onde evoca em poemas, a personalidade de Giacometti e também participa no encontro com os cantores de Córsega, partilhando poesias e músicas.

Reencontramos Virgínia em "Encontros" onde se tornou um dos personagens principais.

Kudsi Erguner - 2

Oriundo de uma família de músicos, Kudsi Erguner teve a oportunidade de conviver com grandes músicos de uma geração mais antiga, e impregnou-se nesse contacto, de um estilo autêntico, reflexo de séculos de cultura musical. Ele é, na música erudita Otomana o único músico turco da sua geração a ter recebido, pelo seu pai, um ensinamento directo como acontecia na tradição oral.

Por outro lado, tendo participado nas reuniões de diversas confrarias sufis, seguiu os seus ensinamentos não só espirituais mas também musicais.

Os numerosos concertos que tem realizado, tanto nos Estados Unidos como na Europa, fizeram descobrir a música erudita Otomana e a música Sufi ao público do Ocidente. Conselheiro artístico de vários grandes festivais, produtor de discos em diversos editores Europeus, contribuiu fortemente para que estas músicas reencontrem um lugar no seio do património cultural internacional, e em consequência, na própria Turquia…
Os seus numerosos CD editados na Europa, nos Estados Unidos, no Japão e na Turquia, constituem hoje um vasto catálogo que expõe não apenas a interpretação autêntica e a criatividade de Kudsi Erguner, mas também apresentam um vasto leque para descobrir as diferentes facetas da música Otomana.

Os concertos que Kudsi Erguner deu no quadro do Festival de Musica de Istambul fizeram despertar um interesse crescente no seio das jovens gerações turcas e contribuiu fortemente para um regresso apaixonado às artes tradicionais, particularmente as ligadas ao Sufismo…

Criou em Paris a associação "Roumi" onde ensina a tradição Sufi e a música erudita e sufi segundo a tradição original. Dirige ainda duas pequenas comunidades ligadas à tradição dos "Mevlevi" (Derviches "volteadores), uma em Paris e outra em Istambul.

Cláudio Torres - 2

A história é feita de muitas memórias. O documento escrito, nas suas linhas e entre-linhas, pretende mostrar à posteridade os feitos dos poderosos, os registos de uma história encomendada. Aos oprimidos, sem escrita, resta o efémero de um gesto ou acorde musical, resta o artefacto humilde de todos os dias, a panela escura que esbeiçou de cansaço ou o candil onde o azeite secou. Neste nosso museu vamos contar a história possível dos vencidos, dos camponeses, pescadores e artesãos de Mértola, a quem chamaram mouros, e que habitaram e ainda habitam as casas dos seus antepassadosmaures.
Cláudio Torres
  

Nascido em Tondela, no norte do Portugal, Claúdio Torres fugira do país para escapar da ditadura de Salazar e das guerras coloniais, passando pela Checoslováquia, Roménia (onde se formou em História da Arte ) e África do Norte, antes de regressar a Portugal, em 1974 e integrar a Faculdade de Letras de Lisboa, onde lecionou até 1986. Cláudio Torres chegou em Mértola em 1978, onde fundou o campo arqueológico, com particular ênfase para o "período islâmico" e as escavações do bairro almóada de idade. 

A “continuidade” entre as duas margens do Mediterrâneo apaixona-o e sobre o período islâmico em Portugal Cláudio Torres explica que não se tratou de conquistas militares, do mito dos mouros penetrando a peninsula ibérica, conquistando territórios, submetendo as populações pela força, e alguns séculos mais tarde expulsos pela reconquista épica dos exércitos cristãos. O que nos contam as ruínas de Mértola, segundo Cláudio Torres, é a chegada gradual de comerciantes oriundos da Africa do Norte e da bacia mediterrânica, que se instalaram no que era então um porto fluvial importante, e que trouxeram com eles, o Islão. Ele fala-nos de um passado onde não existem "eles e nós”. E são os objectos do quotidiano que mostram esta continuidade, que encontramos também no saber culinário, no artesanato, nas palavras árabes utilizadas sem o saber, pelos portugueses, na poesia popular...

Director do Campo Arqueológico de Mértola (desde 1980)
Prémio Pessoa (1991), Prémio Rómulo de Carvalho (2001), Doutor Honoris Causa pela Universidade de Évora (2001).

Director do Parque Natural do Val do Guadiana, Presidente do Comité Português do l'ICOMOS (Comité Internacional dos Monumentos et Sítios). Representante do Portugal no Comité do Património Mundial da UNESCO em 2000, membro do Conselho Consultativo do IPA - Institut Portugais d'Archéologie e do IGESPAR - Institut de Gestion du Patrimoine Architectonique et Archéologique). Membro da Comissão Científica do projecto "Museu sem Fronteiras". Membro da direcção científica dos projecos e exposições(Portugal Islâmico, em 1998; Marrocos-Portugal: portas do Mediterrâneo, em 1999, Discover Islamic Art, 2004-2007 etc.)

sinopse (português)

Filme de encontros, O Último Porto increve-se na continuidade dos meus dois filmes anteriores Encontros e Polifonias, formando com eles uma espécie de tríptico. Mas, ao propor um encontro entre as culturas portuguesa e turca, vai  cruzar com  dois filmes que realizei nos anos 70 sobre as cerimónias - o zikhr - nos tekkes de confrarias soufis na Turquia : Mevlevi e Djerrahi.

O Último Porto procurará concretizar em imagens e sons o sentimento de uma analogia subterrânea, - em parte subjectiva -  de certos dados topográficos e culturais portugueses e turcos, evocando assim a permanência secreta e silenciosa da cultura muçulmana subjacente á cultura portuguesa.

Ao provocar encontros entre membros destas duas culturas, por intercessão da música, do canto, da poesia e dos lugares, poderá revelar-se o que, para além dos dados históricos, tece os laços entre dois universos aparentemente tão distantes um do outro.

Se historicamente, nada vem fundamentar uma relação directa entre Portugal e a Turquia, é certo contudo que a presença moura marcou profundamente a cultura portuguesa e que a cultura turca à medida que o seu povo avançava desde as estepes da Mongólia em direcção ao Oeste, se impregnou fortemente da cultura árabe e muçulmana, mas também da cultura bizantina.

 Por isso, ouvir o ritmo do bendir, o tambor utilizado pelos sufis e os sons do zikhr ressoar sobre as falésias da costa vicentina, lá onde Ibn Quasi, o rei sufi de Mértola, teria instalado o seu tekke (ribat), ouvir o som do ney turco elevar-se na planície alentejana ou acompanhar um poema de Virgínia Dias poderá interrogar-nos sobre os universos humanos e culturais que interagem além das fronteiras do espaço e do tempo, e em que medida ainda o olhar do outro e as partilhas nos enriquecem, reanimando memórias seculares, que longe de qualquer nostalgia, alimentam o nosso presente e o nosso futuro.